terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Pé na estrada com The Walking Dead : Survival Instinc


Embora The Walking Dead tenha sido um dos melhores jogos de 2012, o título da Telltale não conseguiu satisfazer o desejo dos fãs de poderem controlar os personagens da série de TV em seu video game. Quem acompanha a luta de Rick Grimes e dos demais sobreviventes na tentativa de permanecerem longe da horda de mortos-vivos realmente sentiu falta de uma adaptação que permitisse controlar esse grupo. E eis que essa espera chegou ao fim. Seguindo um caminho totalmente diferente do Adventure que conquistou o público no ano passado, The Walking Dead: Survival Instinct é totalmente focado no universo criado para o seriado televisivo, mostrando os acontecimentos que antecedem o primeiro episódio. Afinal, o que aconteceu enquanto Rick estava em coma? Pois é essa a história que a Terminal Reality quer contar.
Morte silenciosa
Apostando no sucesso dos personagens na série de TV, a escolha dos protagonistas de Survival Instinct parece óbvia. No entanto, trazer Daryl e Merle Dixon vai muito além da popularidade dos irmãos entre os fãs. Como o designer de sistema do estúdio, Glenn Gamble, aponta, a dupla é a que melhor se encaixa na mecânica idealizada.
E a decisão realmente é bastante lógica, uma vez que o foco do game é exatamente a sobrevivência de um modo um pouco diferente daquele que outros jogos do gênero fazem. Em vez de apenas colocar uma arma na mão do herói para fazê-lo estourar alguns miolos, o objetivo do novo The Walking Dead é evitar combate direto contra os mortos-vivos, fazendo isso apenas quando não houver outra alternativa.
É exatamente por isso que os Dixon são a escolha ideal. Como o título valoriza a furtividade e as mortes silenciosas — tiros e outros barulhos servem apenas para atrair os zumbis em sua direção —, a perícia de Daryl com facas e seu icônico crossbow fazem dele um matador em potencial. Isso sem falar que essas armas sofrem menos com a falta de munição, um problema que você encontrará constantemente em Survival Instinct.
No entanto, o stealth não é a única aposta da Terminal para diferenciar The Walking Dead de outros FPS. Tanto que seu objetivo não é acabar com a maior quantidade de mortos-vivos, mas cumprir os objetivos que aparecem em cada uma das fases para garantir a sobrevivência de seu grupo — e, para isso, você precisa usar a cabeça muito mais do que sua arma.
O maior exemplo disso são as estratégias para se manter longe dos walkers. Como eles são facilmente atraídos pelos sons, adotar o “modo Rambo” e sair correndo pelo cenário se mostra uma péssima ideia, o que exige mais cuidado antes de dar qualquer passo.
 

 
A principal dica está em aproveitar esse “instinto assassino” dos monstros para mandá-los para longe. Atirar uma garrafa em determinada área para atraí-los é uma ótima maneira de afastá-los de seu caminho até o objetivo final. Fazer disparos para chamar a atenção e seguir um caminho totalmente oposto também tem a mesma eficácia, embora o resultado possa ser muito mais arriscado. Tudo depende de sua coragem e de quantos recursos você tem em sua mochila.
Dois irmãos, várias estradas
No entanto, não podemos ignorar o fato de que a Terminal realmente quer se aproveitar da popularidade dos personagens para alavancar as vendas de The Walking Dead: Survival Instinct. Para isso, nada melhor do que explorar seu passado para contar histórias que não vimos na TV.
Para evitar qualquer falta de ligação com a série, o estúdio convidou os roteiristas do programa para colaborarem com a construção dos diálogos e da própria estrutura narrativa do game. A ideia é que, com isso, tenhamos uma unidade muito maior e coesa — o que deve agradar aos fãs. No entanto, o criador dos quadrinhos que deram início a tudo isso, Robert Kirkman, já declarou que não está envolvido com a criação do roteiro.
Desse modo, acompanhamos os irmãos Dixon caindo na estrada em direção a Atlanta, se deparando com diversos tipos de situações, além de outras pessoas procurando algum tipo de segurança. Por isso, a primeira coisa a ser feita é formar um grupo para potencializar as chances de sobreviver.

O interessante é que o game é todo construído em torno do conceito de movimento constante, tanto que a própria seleção de fases é feita a partir de um mapa, como se os personagens decidissem qual será a próxima parada. Mais do que isso, ele ainda oferece a liberdade para que você decida quais serão os estágios visitados, já que a maioria deles é opcional e há somente alguns que realmente serão realmente obrigatórios.
The Walking Dead: Survival Instinct ainda traz pequenas missões durante o trajeto entre uma fase e outra. São pequenos imprevistos da estrada, originados do caos de um apocalipse, como remover barreiras da estrada ou explorar um pequeno vilarejo em busca de munição e outros recursos. Embora não sejam obrigatórias, essas tarefas são fundamentais para que você não fique sem suprimentos em momentos mais críticos.
Sempre ao seu lado — ou não
Como mencionado, um dos objetivos de The Walking Dead: Survival Instinct é encontrar outros sobreviventes para criar grupos que aumentem suas chances de sobrevivência — e isso é realmente de grande ajuda.
 

Porém, há sempre o risco do fracasso. Caso o sobrevivente não seja tão habilidoso ou não possua um equipamento decente, ele pode simplesmente não conseguir cumprir a tarefa que você ordenou e jamais voltar para seu grupo. A ideia é que você tenha sempre em mente o risco que está correndo e as vantagens que isso pode trazer.
Outro ponto é a própria organização do bando. Como o jogo se baseia em uma ideia de movimento constante pelas estradas dos Estados Unidos, você possui uma quantidade limitada de pessoas que podem estar ao seu lado, o que vai obrigá-lo a expulsar alguém ou negar o pedido de ajuda — uma responsabilidade e tanto.

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