O visual é excelente, tanto no design como na execução técnica. Fora alguns problemas de colisão, o jogo flui perfeito - e impressiona pelos cenários, representação de elementos naturais e quantidade de detalhes apresentados. Espere só pela sequência da antena de rádio - é brilhante e vertiginosa. Com esse esmero, o mundo da ilha tropical parece vivo, habitado há séculos por culturas diversas, ajudando a contar a história desse lugar, que funciona como um imã para desastres (qualquer comparação com Lost não é mera coincidência). Como um ótimo toque final está o clima, que muda a cada capítulo e fica mais intenso e bonito até o clímax.
special atenção foi dispensada à protagonista, Lara. Seu visual (sem peitões e shortinho) evolui conforme as provações, com feridas, sujeira e vivência agregados aos poucos. Dá pra sentir a fragilidade da heroína, que grita, chora e lamenta a cada pancada, perfuração ou queda (muitas vezes valorizadas com toques grotescos). O realismo, porém, termina aí. Não demora para que a mocinha comece a matar com precisão assassina e seja capaz de feitos sobre-humanos.
Realismo essa, aliás, que desaparece por completo com o sistema de aprimoramento de armas (Lara cata lixo pela ilha e usa-o para transformar um fuzil em rifle sniper com silenciador, entre outras coisas) e sua "mochila mágica" que faria o Dragonborn arquear uma sobrancelha. Esse tipo de solução é algo comum nos videogames, mas quando o jogo almeja um certo realismo, um tratamento diferente poderia ter sido buscado.
Nada que prejudique, porém, o belo e divertido jogo criado para reintroduzir uma das personagens mais marcantes da história dos videogames, que agora ganha uma postura mais contemporânea (isso, claro, se você descontar a existência de mulheres-fruta e afins) e preparada para seguir sua nova carreira. Ao menos até os peitões e shortinho voltarem à moda